Pedro Parente demitido. Não basta!

(Foto: Jair Amaral/EM)
Todos nós sabemos as razões pelas quais o presidente da Petrobras pediu demissão. Ainda assim, vale registrar que desde julho de 2017, o preço da gasolina e do diesel comercializados nas refinarias, disparou mais de 50%, o que acarretou sérias críticas do sindicato dos petroleiros, razão central da greve dos caminhoneiros.
Ele, em combinação com o governo, diante dos desgastes e pressões sofridos, por verem o país parar, a população ficar sem gasolina, energia elétrica, gás de cozinha, sem mantimentos (alimentos, medicamentos e outros insumos estratégicos à vida), anuncia a Medida Provisória 839 (edição extraordinária do Diário Oficial da União, 31/05/2018), que retira recursos das políticas públicas, já contingenciadas pelo próprio governo.
Sabe quem pagará a conta dessa atitude demagógica do governo em subsidiar o diesel? O povo que necessita da proteção do Estado, em suas necessidades básicas.
Para cumprir o gasto extra de R$ 9,58 bilhões, fruto das quatro medidas econômicas editadas pelo governo, lá se vão ladeira a baixo, políticas vitais destinadas aos jovens em Cuidados e reinserção social de pessoas e famílias que têm problemas com álcool e outras drogas; as mulheres vítimas de violências. Faltará recursos para as atividades de demarcação e fiscalização de terras indígenas e proteção dos povos indígenas isolados; saneamento básico - construção e adequação de sistemas de abastecimento de água em comunidades ribeirinhas / construção e adequação de sistemas públicos de esgotamento sanitário em comunidades ribeirinhas e, claro, cortes no programa de fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Por isso, não basta demitir Pedro Parente da presidência da Petrobras. Afinal, ele fez de conta que o assunto não era com ele, e seguiu aumentando a gasolina em quase 1% em apenas um dia no meio da crise.
É preciso mudar a rota dessa política perversa que prioriza a especulação financeira, em detrimento dos cortes dos recursos destinados aos interesses das populações vulneráveis, dos mais diferentes territórios do país.
É preciso mudar a política de transferência do preço do barril de petróleo da especulação estrangeira para dentro da casa do povo brasileiro. Afinal, sabemos que o custo da Petrobras é, muitas vezes, menor do que o custo de petróleo lá fora. E que temos um caixa sobrando, em azul, de 70 bilhões, segundo dados do balancete da própria empresa. Se nada fizéssemos, esses recursos serão apropriados pelos acionistas minoritários (do setor financeiro - nacional e internacional), 
Logo, a demissão é só um pequeno passo para evitarmos a troca de seis por meia dúzia. É preciso assegurar que a política de preços aplicada por Pedro Parente, também seja demitida, por que a Petrobras é nossa, e seus lucros devem ser aplicados para as reais necessidades do povo brasileiro, com destaque para saúde e educação 
O resto é privilégio, só serve às especulações da ciranda financeira.

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