Um despertar mais humano em 2012

QUANDO O SONHO É O CAMINHO - Texto: Maria Fátima de Sousa
Música: Bachianas Brasileiras Nº 5 – Heitor Villa-Lobos, por Joan Baez
2012.

Ano a ano, todos nós somos convidados a celebrar a vida e a festejar o novo ano enviando mensagens para as pessoas com as quais convivemos durante todos os dias do ano. E as datas mais convidativas são 24, 25 e 31 de dezembro. De fato são momentos convidativos. As cidades, as vilas, bairros, ruas e casas “fervem” de cânticos, luzes, cores... Juntam-se a isso os desejos de mudanças dos seres vivos embalando seus sonhos de um novo tempo. É uma festa!
Uma festa que deveríamos vivê-la todos os dias, horas, minutos, segundos do ano, onde o relógio poderia marcar em compasso permanente, em seu “tique-taque” as raízes dos Valores da Humanidade. Não aqueles do tipo de moral dominante (burguesa), moral dos oprimidos (proletários), mas do encontro entre os homens e mulheres na busca do seu desenvolvimento como pessoas, seres capazes de conduzirem suas vidas em plenitude. Valores da humanidade. Não aqueles produtos de interesses egoístas dos indivíduos, partidos, corporações, mas do compromisso entre pares e ímpares em se inquietar, em formular perguntas, sem a pressa de entrar por portas largas e fáceis às respostas fictícias aos reais problemas do mundo.
Valores da humanidade. Não aqueles que apontam os erros dos outros com as vestes de “juiz”, em atos mecânicos de impor regras, normas e critérios de condenação antes de julgar. Valores da humanidade. Não aqueles da falsa ilusão de que muito fez para diminuir as brechas das iniquidades de forma respeitosa e ética em suas “práticas”, mas, da necessidade de assumirmos a responsabilidade da mudança começando por nós mesmos. Aprendendo a não fechar as nossas mentes prematuramente à novidade, ao surpreendente, ao aparentemente radical.
Valores da humanidade. Não aqueles dos pseudo-revolucionários, dos “vibrantes” do drama dos países e mães dos pobres, dirigido centralmente por um grupo de elite, tendo as pessoas como coadjuvantes em um carro alegórico, esse a reboque, mas a união de todas as espécies, por mais diferentes que pareçam. Juntos, somamos MAIS nas revelações de um novo mundo. Um mundo de mudanças. Sim, a mudança, uma mudança construída, participativa, mobilizadora e, acima de tudo, integradora. Valores da humanidade. Esses, sim.
Esses que contam a lenda... que um rei, toda semana ia visitar uma aldeia próxima à sede do reino e passava sempre por um sapateiro que cumprimentava, com respeito e admiração. Aconteceu que, certa vez, este sapateiro entregou ao rei um colar de pérolas legítimas. Notando o espanto do rei, que certamente estava pensando onde teria ele conseguido recursos para lhe oferecer o colar, o sapateiro disse: - As pérolas são suas, Majestade. Eu as recolhia, quando caiam do seu manto. Meu é apenas o cordão que as une.
Assim desejo que os Valores da Humanidade sejam o cordão capaz de: (i) unir o mundo pela paz e justiça social em uma estrada do progresso moral e civilizatório entre os povos e irmãos; (ii) colocar a ciência a serviço das pessoas, empenhada na verdade e aperfeiçoamento de cada ser humano; (iii) fazer crescer e desenvolver cada país, de forma econômica, sem agonizar o planeta, sem destruir vidas do mar, floresta, ar, das águas, sem acumular lixos; (iv) fortalecer uma sociedade, livre, democrática e de abundância, dizendo não aos governos e governantes à destruição de populações inteiras pela fome, guerras, catástrofes naturais, ecológicas, epidemias; (v) humanizar as tecnologias, como instrumento global de aproximar os vizinhos, os sítios, as aldeias e seus povos, em termos de informação e comunicação, como janelas de oportunidades ao desenvolvimento de uma consciência política, social e ecológica no despertar que as pérolas podem e devem ser de todos, não apenas das Majestades ... E a ponta, meio e fim do cordão, sejam todos os dias, horas, minutos e segundos do ano e do relógio marcando a celebração das folhas, flores, frutos que brotarão das mentes e corações dos homens e mulheres que ajudarão no despertar para os Valores da Humanidade, esses como condição essencial ao desenvolvimento humano, fazendo do sonho seu caminhar, retirando as pedras à construção de um novo tempo...
Essa é a festa que desejo, ver, participar e viver em celebrações! O mais parece fantasia de um capitalismo desumano, demasiado funesto para os Valores da Humanidade.
Desejo que possamos despertar mais humanos em 2012!

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