Viva UnB!
No dia 21 de abril
a Universidade de Brasília (UnB) comemorou 50 anos de existência. Uma jovem
menina! Quase um bebê diante de outras Instituições de Ensino Superior no
Brasil. Nasceu forte e embalada pelos sonhos de grandes homens e mulheres. Ainda
criança, foi tomada de assalto pela violência do Estado. Mesmo vestida pelo medo,
pela angústia e por muitas vidas perdidas, ainda assim seguiu abrindo os corredores
em busca da justiça e da dignidade humana. Um dos melhores exemplos foi reservar,
desde 2004, 20% das vagas para que os negros ou pardos pudessem acelerar seus
passos no caminho do desenvolvimento humano
E com esse
compromisso de podermos contribuir nos próximos anos de vida da UnB nós, as “velhas
e novas gerações”, devemos nos unir no dever ÉTICO e HUMANO em retomar, com
força das nossas almas, o ideal de Darcy Ribeiro: “implantar nesta
cidade-capital do Brasil uma comunidade autônoma e independente de sábios
capazes de operar em duas órbitas. A de dominar todo o saber humano, para
ganhar existência própria dentro da comunidade científica mundial, tarefa
indispensável para que o Brasil realize as suas potencialidades. E também a de
acercar-se ao nosso povo mais humilhado e oprimido, para buscar os caminhos de
sua libertação e prosperidade”
Ele e Anísio
Teixeira, de onde estiverem seguramente gostariam de nos ver cada vez mais
alegres, criativos, dispostos a invertermos a matriz da reprodução dos “donos
do poder” que cada vez mais vem se preocupando com a prosperidade dos ricos do
que com a diminuição das brechas que separam homens e mulheres em seus “sinais”
de pobreza e exclusão social. Eles, seguramente, nos pediriam de presente a ampliação
de nossas inquietações contra a naturalização das tarefas sociais de deixar
para os ricos, cada vez mais enriquecidos, o “socorro” dos pobres. Eles perderiam
mais postura e atitudes na união entre o ensino, pesquisa e extensão sem a mesquinharia
dos jogos da “burocracia”, dos atos tiranos, das ordens intencionais dos “poderosos”.
Eles pediriam: sedes fiéis ao nosso povo, afinal, ele é nosso patrono. Não os
ensinem na cartilha da reprodução da “obediência cega”, se ajudem mutuamente a
elevar a forma de ver e ler o mundo, onde as letras se formam no tablado do
respeito às diferenças, no livre pensar, na coragem de SER e AGIR sem tutelas.
Seguramente nos
pediriam: reinventem a UnB por longas e longas décadas. Recoloque-a no patamar mais
alto da união entre professores, estudantes, funcionários e visitantes para que
esses possam se posicionar no combate às cátedras todo poderosas de então, e reinstituirmos
uma UnB vigorosa, aprendiz, sábia, madura, e de olhos abertos para as novas
gerações. Que essas nos proporcionem convivências alegres, espíritos fraternos,
sede de saber compreender o mundo, e, principalmente, se apaixonar pelo Brasil
e por seus patrimônios, entre eles o Sistema Único de Saúde (SUS), um bem
conquistado a duras penas, e que devemos refazê-lo sempre. Uma nova geração que
mantenha viva a UnB.
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